sexta-feira, janeiro 31, 2003  

Era um viado velho, onipresente nas baladas "alternativas" de BH. Ele tinha uns 40 anos, arquiteto, carioca. Careca e com bigôda de wrestler. Não tinha nenhuma delicadeza nos gestos, muito pelo contrário, se passaria facilmente por um bronco guerreiro qualquer. Antônio era o nome dele. Uma figura, principalmente pois conseguia passar chavecos ambivalentes: ou o alvo caía no caô dele e começavam a partir daquilo um papinho que levaria aos objetivos de facto, ou o alvo, sem desejar o tal caminho, poderia rir as pampas e levar na brincadeira.

Certa vez um amigo, Paulo, estava na Hype, atual Urbana. Sentado em um canto, só, tomando uma cerveja. O Antônio vai se aproximando com passinhos dançarinos discretíssimos. Olha para os lados...olha para a futura vítima de leve. Vai chegando perto e:

- oi...tudo bem ???

- Tudo bem...

- Tá vendo aquela loira alí ???


Antônio aponta para uma loira charmosa a uns 5 metros dalí. Apoiada na bancada do bar, a moça com um arzinho de norueguêsa gesticula freneticamente enquanto cisca algo parecido com uma gin tônica.

- Sim. Tô vendo a loira. Que que tem ela ?

- Pois é... ela tá comigo.


Paulo ligeiramente confuso, não por uma loira como aquela estar com um viado, mas por o viado estar vindo contar-lhe do nada. Sentindo-se na obrigação de esboçar alguma reação:

- Ah...legal. Voces estão tipo, ficando ???

Antônio olha para a loira e volta os olhos para Paulo olhando-o fixamente dessa vez:

- Que isso cara ! Que ficando !? Eu sou só um viado homosexual te querendo!!!

Pedro Meyer | 11:54 AM
 

ao contrário dos católicos, os necrófilos sabem lidar muito bem com a morte. Ou com a morta, se for o caso.

Pedro Meyer | 1:59 AM


quinta-feira, janeiro 30, 2003  



"PLAY THE PIANO DRUNK LIKE A PERCUSSION INSTRUMENT UNTIL THE FINGERS BEGIN
TO BLEED A BIT"...

Pedro Meyer | 1:58 PM
 

É foda. Fiz o tal header com todo carinho. Coloca o header, que rende quase duas dezenas de comentários. Até de merda chamam o escroto. O bando de pudorêntos simplesmente reprime a idéia de se deparar com simpathetic guts diariamente, a companhia desse saco alegre durante a leitura. Beleza, a gente entende. Que os pudorêntos abracem o mundo e não se esqueçam de tampar ou ignorar as partes íntimas, as partes puras, as partes sensatas do templo físico.

Agradeço a sensibilidade do que lamentou a retirada.

Pedro Meyer | 1:06 PM


terça-feira, janeiro 28, 2003  

a foto foi feita na capital - na península dos ministros. É a casa do vizinho do Sardenberg. Algum desses pica-grossa-política aí. Arquitetura moderna. Estava pendurando no portão para tirar a foto quando o jardineiro me convidou para entrar. A princípio achei que ele ia me atacar, nunca se sabe o que passa na cabeça de um morador de brasília, mas quando eu disse que estava hospedado no vizinho ganhei um olhar companheiro. A foto tá , a quem interessar.

o header é horrível mas é temporário.

Pedro Meyer | 8:23 PM
 

minha irmã de 4 anos, aos prantos:

- eu não téro crescê...eu téro tontinuá triãnça pra sempre !

- ohh jújú...por que ???

- NÃO TÉRO !!!

- calma linda...por que voce não quer crescer ???

- Putê eu não téro ficá vélinha e morrê !

Pedro Meyer | 10:45 AM
 

Enfiar um carrinho de brinquedo no "traseiro" e depois fazer um raio-x. Um cara sendo tatuado dentro de uma Hummer passando em alta velocidade em um terreno detonado, com o Sr. Henry Rollins guiando. Outro, pulando de um trampolim em direção ao ventilador ligado. Cortando com papel entre todos os dedos, dos pés e das mãos. Um anão de cueca sendo perseguido no meio de tóquio por um obeso também de cueca. Mijando em um sorvete de neve e comendo depois.

Como consigo me divertir tanto com isso tudo ?

boa pergunta.

Pedro Meyer | 9:41 AM


segunda-feira, janeiro 27, 2003  

Eu discutindo com o hipponga tranceiro lá da Puc - Sr. Érico. Desdobrei com paciência meus argumentinhos e fiquei lá mandando meio mundo à merda com voracidade de torcedor fanático.

- Só Pedro, eu respeito o seu ponto de vista. Não concordo, mas respeito.

- Pois é Érico... EU NÃO TE RESPEITO ! NEM UM POUCO !!!

- Pode crer, Pedro... Eu respeito voce não me respeitar.

Pedro Meyer | 2:55 PM
 

Eu tinha uns 7 anos. Estávamos no carro eu e minha mãe. Passando por algum lugar que não me lembro onde, reparei umas moças com roupas estranhas, com seus traseiros virados para a rua. Paradas, pareciam esperar algo. Perguntei a minha mãe o que aquelas moçoilas faziam, naquela hora, paradas ali. Ela respondeu:

- "Err...umm... São garotas, Pedro, que se vendem..."

- "Como assim mãe ??? Igual os escravos ?"

- "Não...elas alugam. Alugam o corpo."

- "Não tô entendendo mãe. Me explica."

- "Tem alguns homens, que pagam para fazer amor com elas."

- "Por que eles pagam ?"

- "Ah, por que é mais fácil pra eles."

- "Ãhm...estranho, né !?"

- "Um pouco...um dia você vai entender melhor..."

Mas aquelas mulheres me pareciam todas muito estranhas. Afinal de contas, eu não conseguia entender como alguém poderia pagar por mulheres tão feias. Só fui perceber que nem todas eram tão feias quanto me pareceram as primeiras quando fui a Berlim ver o The Wall com meu pai e meu irmão. Várias mulheres muito bonitas recebendo dinheiro de caras no meio da rua. Meu pai me deu mais uma explicação melhorzinha, incluindo a diferença entre fazer amor e fazer sexo. Isso foi essencial. Definitivamente.

E fazer sexo por amor ao sexo, e não pela(o) parceira(o) ?
Será que eu poderia entender isso na época, ou até mesmo nos tempos atuais ?
Será que os libertinos tinham razão ?

Pedro Meyer | 2:40 PM


sábado, janeiro 25, 2003  

A noite belorrorizontina conseguiu se transformar em um grande pesadelo.
Antes fosse um grande pesadelo com figuras estranhíssimas, lynchianas, diálogos elaborados e paranóias profundas sob luz azul e chão molhado.
Antes fossem jornadas e jornadas perigosas pelo mêtro, risco iminente de tretas sangrentas e armas de fogo e facas com lâminas em degrade vermelho.
Antes uma desgraça onírica cosmopolita, com latões em chamas e mendigos junkies conspirando ao redor, esquentando as mãos.

Já no terceiro lugar que tentaríamos sentar, conseguimos uma mesa no horrível café três corações. Estávamos perto e só queríamos ser servidos. 15 minutos se passaram e nenhum filho da puta de um garçon sequer olhou. Muito menos um cardápio mereceriamos, uma simples escorregada de pano sobre a mesa encharcada, um simples ouvido escravo atento. Ok, vamos embora. Como pagamento pelos meus quinze minutos, que não valem nada, levei um porta guardanapo comigo. Caminhando lentamente, sem olhar pra trás, carregando como carregaria minha valisezinha cheia de documentos pretensiosos. Só quando estávamos chegando perto do carro, estacionado do outro lado da praça, minha atenção foi conseguida com um "ei". Olhei pra trás, um preto viril, grande, com um olhar simpático. Respondi:

- Sim !? Posso te ajudar ?

- Pode, o que é isso ?

- Isso ?

- ã-hã...

- Ora... um porta guardanapos...

- De onde ?

Olhei para o objeto, tirei um guardanapo. Aproximei o guardanapo dos meus olhos, onde havia um logo do tal café. Mostrei a ele o guardanapo, e sem querer ser "incompleto"...

- Do café três corações !

- Ué...mas por que ?

Taí... algo que eu não esperava, e não queria. Eu queria alguém nervoso, assim como fiquei por esperar 15 minutos. Eu queria brincar.

- Por que ? ah... fiquei quinze minutos esperando um cardápio e ninguém foi capaz de me atender. Achei que o porta guardapos seria um bom substituto pro menu. Assim ao menos no final da noite um de vocês resmungaria "o porta guardanapos da mesa tal sumiu", e de um certo modo, voces se lembrariam de mim.

Ele espera calado por uma conclusão. Reticencias e reticências.

- Você quer ???

- Quero !!!

- Toma...

Estendo a mão. Ele pega de volta com um sorriso de agradecimento desenhado e agradece e pede desculpas por incomodar.

- De nada...





A história é sempre essa. Ou as pessoas são tão dóceis e incapazes que mesmo com certa razão se colocam em uma encruzilhada inconsciente de valores, ou são tão agressivas que não permitem uma discussão ou uma situação passar gradativamente por todos seus estágios, até o ápice. Duas opções: broxada ou ejaculação precoce. A broxada é uma broxada, mas o precoção é uma gozada que não vale apena. Inversa. Consegue desagradar muito. Os queridos cidadãos preferem chorar de pau mole seco e pau mole molhado, pelo leite derramado. Preferem voltar pro seu curralzinho. São uns putos de longas datas, umas frescas de maria chiquinha chupando seu pirulito em forma de coração.



Pedro Meyer | 7:04 AM


sexta-feira, janeiro 24, 2003  

Post pequeno. Estético. Agradável.



E lá estava Fiel, rodeado de rastaqueras bajuladores. Sem velocidade, sem foco, mas com tempo. Repleto de historinhas e casos e reclamações e ideais. Vide o tempo de suas conversas com os outros cheios de historinhas e casos e reclamações e ideais. Cheio de pose e estilo.

*a foto foi feita pelo meu irmão e tratada por mim. eu estava no avião de volta pra casa e não pude acompanhá-los. se lá estivesse certamente conseguiria mais foco. mas acho melhor assim mesmo. Tosca, assim como o assunto.

Pedro Meyer | 5:24 AM


quinta-feira, janeiro 23, 2003  

Certa vez coloquei por estes cantos um link para um site chamado "choose death": Algo como uma apologia ao suicidio recheada de imagens curiosas de fulanos e ciclanas que fizeram essa escolha - depois do ato consumado, claro. Eu curto ver umas fotos de cadáveres dilacerados vez ou outra - longe da necrofilia, acredito que o apelo estético é fortíssimo e uma vez contornadas as náuseas tais fotos proporcionam momentos de lucidez intensa.

Neste dia, ou talvez no dia seguinte, subia as escadas daqui calmamente, chegando de mais um dia infernal. Quando estou lançando minha perna para a vitória do último degrau, escuto uma voz, protagonizada pela minha namorada, mas num tom diferente - aquele que ridícula e esporadicamente utilizamos para/com bebês, crinças ou animais. Baixa, a voz dela repetia a mesma frase, over and over:

- ti lindo....ti lindo ! TI LINDO !!!

Acreditando que ela estava brincando com o cão e sem querer que a cena parasse, lancei minha cabeça lentamente em direção a "esquina" das paredes, tentando ser discreto. Dei de cara com ela, sentada ao computador, interrompendo mais uma repetição daquelas e lançando um olhar de saudação para mim. Um oi, um beijo, e depois fui conferir o que estava causando tal reação nela.

Tomei um puta susto ao me deparar com o tal site de fotos de mortos, algumas fotos abertas - dilacerados, enforcados, crânios explodidos por tiros de escopetas.
A princípio fiquei assustadíssimo, afinal de contas, é a pessoa com quem eu durmo falando ti lindo para fotos brutais de cadáveres "destruídos". Digamos que um dia eu esteja dormindo e ela simplesmente ache que eu preciso de uma reformulação facial, que eu não ando bonitinho e ela me quer lindo. Posso até imaginar a quantidade de talhos que eu ganharia - no rosto pra começar, seguidos de queimaduras, escalpelações, etc...(ênfase nas infinitas possibilidades que esse etc resume, por favor).

Aceitei numa boa. Perguntei se ela gostou do site e recebi um "muito foda" de resposta.

Resolvi deixar quieto. Talvez ela também não gostasse das gargalhadas que me sufocam quando estou vendo as fotos. Importante é que sua reação diante de algo relativamente polêmico as vezes deve ser mantida para você mesmo. Por isso, aos pedófilos, zoófilos, necrófilos, coprófilos, hematófilos e outros (assim como os -fagos) recomendo atenção - pouquíssimos vão acreditar que voce está fazendo pesquisa para uma autobiografia, muito menos depois de verem sua reação espontânea perante o "objeto".

Enfim, lembrei disso por que recebi um e-mail de um amigo que está na Alemanha, com um link para um site chamado ROTTEN. Recomendações especiais para o "MEATGRINDER" acompanhavam o link. Eu gostei mesmo da "HELICOPTER". Divirtam-se, enojem-se, whatever, só tenham cuidado com os que testemunharão suas reações - as vezes voce mesmo pode ser a pior testemunha.

Pedro Meyer | 6:03 AM


terça-feira, janeiro 21, 2003  

Talvez o gui esteja certo. Bebi muito do meu velho. Demais. Ele nunca colocou nada na minha mão, mas das estantes ao armário para as minhas mãos a distancia sempre foi muito pequena. Bastava desviar o olhar curioso de muleque naquela direção e pronto, um banquete de conhecimento. A continuação geralmente era um inocente "o que é isso" e a resposta muito mais complexa que a minha cabecinha poderia entender, assim como grande parte dos pratos que me eram servidos. Os filmes foram as primeiras vítimas - assim vi e me apaixonei por vários.

A Laranja Mecânica me foi entregue em mãos quando eu tinha 10 anos, depois de pedir a ele que pegasse porque eu não alcançava. Não pude alcançar, muito menos descascar a laranja. Tasquei pequenas mordidas, incomodado com a acidez mas curioso com o gostinho doce que podia sentir no fundo. Persisti por algumas visitas, tentando. Um dia consegui e fiquei alucinado com tão tenro gosto cítrico. É um dos preferidos até hoje. Talvez "O" preferido, assim muitos outros são "O".

Engoli sem mastigar Calígula e Flash Gordon, deslumbradíssimo. Esses eram especiais pois as capas eram chamativas e recebi alguns nãos antes de me ser dado um sinal verde. Devia ter uns doze quando aconteceu.

Lembrei disso pelos filmes que me foram dados de presente por ele em dezembro agora. Três da coleção querida de VHS que ele tá se desfazendo aos poucos:

Salò o le 120 giornate di Sodoma (1975), o último filme dirigido pelo Pasolini. Um último grito, polêmico até o talo;

Querelle (1982), também última direção, do querido Fassbinder (baseado em Querelle de Brest, do Jean Genet); e

Trash (1970)(da trilogia Flesh, Trash e Heat), dirigido pelo Paul Morrisey e produzido pelo Pópi-árte-pica-reta-rei.

O que me resta é, acredito:

dizer obrigados, esperar poder retribuir de alguma forma e ser para o(s) meu(s) filho(s) o que e meu pai foi, é e será para mim.

Pedro Meyer | 10:13 PM
 

Isso não é e não será um blog engraçado. Assim sendo, tem uma piadinha imbecil e sem graça que seria parte do post abaixo ou do post sobre a memória e outros problemas encefálicos (assim como outras partes que foram cortadas devido ao porte que estava tomando). Aliás, piadas sem graça não deviam chamar piadas. Ou talvez piadas engraçadas não deviam chamar piadas, mas graça, por exemplo. Mas isso não importa...

O cara chega ao neurologista.

O paciente:

-Doutor, estou com amnésia !

O Médico, com paciência:

-mmm....desde quando ?

O paciente, paciente:

-desde quando o que ?

Pedro Meyer | 6:04 AM
 

Coca-cola e cigarros a postos.

Cinzero ?
...confere.
Controles ?
...confere.
Almofadas ?
...confere.

Prontíssimo pra mais uma sessão de Warriors, desta vez, em dvd.

-mas e o post da madrugada ?

-ah, fica pra depois...

-ao menos dê algo aos "leitores" !

-ok... tipo o que ?

-algo diferente. uma piada horrível, por exemplo...

-pode ser no próximo post ?

-se for agora, não vejo por que não...

-é...combinados. Mais uma vez se corrompendo pela estética e a preguiça.

PS:.Aliás, estética e preguiça se relacionam intimamente - uma chega a "coprofagar" a outra e vice versa. Mas isso é uma outra história, para um outro post, um outro dia. Se não fosse péssimo em frases de efeito, esboçar-lhes-ia algo sobre tão curiosa relação.

Pedro Meyer | 5:58 AM


segunda-feira, janeiro 20, 2003  

Mesmo com algumas ressalvas sobre o assunto, fica-se orgulhoso. Hoje, no estadão:

"O impasse, que poderia ter gerado uma grave ruptura na ONU, acabou sendo solucionado pelo diplomata brasileiro Frederico Meyer, que estava atuando como relator da Comissão de Direitos Humanos. Meyer propôs que, ao ser eleita, a Líbia apoiasse a nomeação da Austrália para a vice-presidência, num gesto de conciliação com os países ocidentais."

Pedro Meyer | 8:50 PM
 

Eu estou com alguns probleminhas na cabeça. Assumo. Quando consigo lembrar-me de algo escuto eco de fogos de artifício e sinto a faixa da linha de chegada romper-se na altura do meu umbigo. Não deveria ser assim. Tenho tentado desenvolver algumas técnicas que de algum modo poderiam me ajudar (tipo audição de cego / Daredevil style), mas por enquanto nada muito eficaz.

Até aí tudo bem, mas os problemas encefálicos não param por aí. Frequentemente me abstraio completamente do mundo como o conhecemos. Não presto atenção no que estou fazendo, simplesmente continuo por mero impulso ou hábito enquanto enveredo-me pelos caminhos obscuros da minha racionalidade. As vezes nem mesmo o hábito é suficiente. Entro em contra-mão, bato cinza na latinha cheia de coca-cola e depois bebo, cuspo na minha barba, atendo minha carteira e meu telfone continua vibrando no meu bolso. Sem dúvida alguma o pior é no transito. Não me espantaria se um dia explodisse o carro em um muro por que fui amarrar meu tênis enquanto estava descendo uma ribanceira engarrafada.

Também sou frequentemente acusado de surdez/audição seletiva. De acordo com a minha mãe, sempre foi assim. Até onde me lembro, costumava ser consciente. Eu simplesmente ignorava o "Pedro faz isso" e "Pedro faz aquilo" quando não me interessava. Por outro lado, ao escutar um "Pedro, vamos brincar no shopping !" deixava o joguinho de videogame da vez de lado independente da fase ou ponto em que estava e o trabalho que tivera para lá chegar, abandonava parágrafos inacabados de um livro qualquer e dava stop em qualquer climax de qualquer filme - mesmo sendo uma exibição inédita na TV e tal. Outro dia minha mãe e minha namorada ("minha mãe e namorada" soaria muito Édipo motherfucker...) fizeram um teste e caí como um patinho - amarelo e subnutrido. Elas comprovaram a suposta hipótese que minha surdez nada tinha a ver com a adenóide que me roubaram. Quanto a mim, percebi que não mais tenho culpa, já que não preciso me dar ao trabalho de escolher o que vou escutar - é completamente automático. Um reflexo muito bem desenvolvido (me espanta o tanto).

O que importa é que está assim e não acredito que exista possiblidade de melhoras. Para todos os casos. Se algo mudar certamente será pra pior.
Eu já aceitei...

Pedro Meyer | 7:27 AM


sábado, janeiro 18, 2003  

FBI 10 Most Wanted Fugitives tem uns caras com umas carinhas tão simpáticas...e nenhuma mulher. Tá passando da hora de uma Feminista xiita entrar em ação em direção ao hall da fama...

ERIC ROBERT RUDOLPH

MALICIOUSLY DAMAGED, BY MEANS OF AN EXPLOSIVE DEVICE, BUILDINGS AND PROPERTY AFFECTING INTERSTATE COMMERCE WHICH RESULTED IN DEATH AND INJURY



GLEN STEWART GODWIN

UNLAWFUL FLIGHT TO AVOID CONFINEMENT - MURDER, ESCAPE



JAMES J. BULGER

RACKETEERING INFLUENCED AND CORRUPT ORGANIZATIONS (RICO) - MURDER (18 COUNTS), CONSPIRACY TO COMMIT MURDER, CONSPIRACY TO COMMIT EXTORTION, NARCOTICS DISTRIBUTION, CONSPIRACY TO COMMIT MONEY LAUNDERING; EXTORTION; MONEY LAUNDERING



...parecem ótimos companheiros para uma cervejinha...

Pedro Meyer | 4:33 PM
 

Uma jornalista "super integra", dessas figuras pol. corretíssimas. Entende os padrões culturais diferentes, pontos de vista orientais e blá. Ela foi entrevistar o Qadafi. Depois da entrevista, assustou os amigos com seu depoimento (claro que é sempre mais interessante que a própria entrevista). Por mais moderada que ela fosse, disse com lágrimas escorrendo pelo seu rosto que se tivesse uma arma durante a entrevista animaria fácil matar o camarada - seria um grandecíssimo bem a humanidade acabar com a vida de um "monstro perverso" como ele. Segundo ela, não era possível uma pessoa ser tão má...

mal sabe ela...

Pedro Meyer | 4:27 PM


sexta-feira, janeiro 17, 2003  

Tentei postar mais cedo, mas fui boicotado sucessivamente pelo bloguer-ei. Enfim, cá estou e não me lembro do post que não foi e pelo visto não será.

Sobre o meu querido xará (para este post fazer algum sentido pro "leitor", recomendo-Ô ir em lessa para dar uma com-texto-há-lizada) :

- já o conhecia, assim como o trabalho do mesmo (azeite e orégano).

Paranóia:

- A possibilidade de se ter dois grandes fotógrafos especializados em digital com o mesmo nome e sobrenome é mínima, e, claro, ridícula.

Possível Solução:

- Não elimina a paranóia, mas pode amenizar o caso. Apesar de gostar muitíssimo do meu primeiro e último nome (e quase todos os 5 que estão entre eles), animaria fácil empregar um semi-pseudônimo eterno. Talvez em homenagem ao xará chicano e assumindo de vez uma identidade profissional latiníssima, algo style como Pedro González González. Ou quem sabe, para facilitar a entrada no mercado de trabalho e evitar skins, eu poderia ser Peter Blenkinsopp, Haltwhistle ou o sonoro Peter Preston (já até imagino a boxer style com P.P bordado em ouro). Poderia também, agindo com mais integridade, claro, usar somente a tradução de sobrenomes meus, tipo Peter Roaduke ou Peter Killaxe. É, eu gostei destas últimas. Mas temos também os "ofensivos" sobrenomes alemães e seus significados(assim a decisão se legitima facilmente): Krieger (Guerreiro), Kellerman(trabalhor da taverna), Grossmann( "O Pica-Grossa"), Unruh(Baderneiro), entre vários outros.

Acho que ainda me resta tempo pra decidir.

Me lembro quando era muleque (uns 7 anos) e vi uma reportagem na TV falando sobre o processo de mudar nomes e tal. Fui correndo até minha mãe e pedi a ela que ela me levasse pra trocar meu nome. Claro que achando tudo muito bonitinho ela me perguntou que nome eu queria. Não hesitei:

-"OBI-WAN KENOBI !!!"

Talvez a decisão mais sensata em relação ao meu "nome artístico" seja seguir a vontade do Pedro Novinho. Afinal de contas, é bem comercial...

Pedro Meyer | 5:02 AM


terça-feira, janeiro 14, 2003  

Logo em frente a área externa do apartamento tem um vale, que sempre me chamou a atenção. O motivo é simples - do lado direito do vale está a Favela da barragem Santa Lúcia, e do esquerdo está o bairro Santo Antônio. Além de ser um vale entre a "classe média" e a "baixa", ilhas de riqueza/pobreza nas metrópoles etc e tal é um vale entre santos Antônio e Lúcia. O "vértice" do vale é tipo o limbo, "guerrilha de classes" e essa baboseira toda.

Bom, hoje o clima presenteou tal vale(e nossos olhos) com um arco íris, cobrindo o "vértice"e criando uma espécie de ponte de luz refratada entre os dois lados.

Fotografei. Com uma digital tosca desprovida de qualquer regulagem manual, mas fotografei. Como estava muito perto, tive que montar uma espécie de panorâmica a partir de várias fotos, usando o Photoshop. Tava com preguiça (sempre...) e não me preocupei em deixá-la bonitinha. Tosca, mas dá pra ter uma idéia.

Para os que quiserem ver, a foto está no pictorresmo. De brinde, logo abaixo da foto, tem um link pra download do Mestre Buk de novo, desta vez em The Soldier, his wife and the bum.

Divirtam-se

Pedro Meyer | 11:17 PM
 

Fala-se em ONG para pessoas com problemas psicológicos, para os homens oprimidos por mulheres, etc e tal. Quem me conhece já ouviu falar de uma idéia que pretendo concretizar - uma ONG para Hippies. O esquema é simples. Interessa a todos que tem desde uma certa antipatia para com eles até uma vontade incontrolável de degolá-los(meu caso). Manutenção do ódio como ideológico e efetivação da esfera solidária (para nós mesmos) .

Pois bem, parte-se do pressuposto que os verdadeiros hippongas que incomodam sonham em viver no mato, com produção alimentícia independente (leia-se hortinha) e uma modesta casinha/barraco de madeira. O máximo que ele precisará seria uma mini-comunidade, composta por outros semelhantes a ele. A ONG entra aí, captando recursos de empresas que tem o mesmo interesse que os dirigentes da ONG (facílimas de encontrar, pois muitas vezes hipongas são inibidores do consumo de certos produtos e criam outros não-consumidores), e utilizando estes recursos pra fornecer uma infra-estrutura matagal completa para os amantes verdes. Algumas idéias para que se possa mantê-los nas comunidades, anulando a possibilidade de retorno ao meio urbano existem e outras virão com o tempo. Seria como um educado convite a baleiazinha encalhada para que volte ao mar, com a devida ajuda.

Apoio é mais que bem vindo. Alguém ?

Pedro Meyer | 3:29 PM


domingo, janeiro 12, 2003  

- so…

- so what ?

- I like it wild…

- So do I…

- What about dirty talking ???

- What about it ?

- You dig it ?

- Kinda…

- Mmm…nice

- Yep…

- Sodomy ???

- Depends…

- On what ?

- Mood…

- Always…

- yeah...

- love ?

- love ??

- yeah…

- I don’t believe in it…it's not real enough.

- pain is pretty fucking real...

- exactly...

Pedro Meyer | 4:07 PM


sábado, janeiro 11, 2003  

Tenho andado com uma preguiça danada de postar. Sinto muito, acho que são as férias.

Mas tem uma outra boa, o site (e o trailer) de KILL BILL - o filme novo, depois de algum tempo, do Tarantino. O quarto longa do camarada (92 Reservoir, 94 pulp, 97 J. Brown). Uma Thurman charmosa pra caralho e toda ninja, parece bem inspirado naqueles filminhos de Kung Fu toscos das antigas, com um toque de modernices à la Crouching Tiger e J. Chan. Veremos...

Mr. Blonde...

Pedro Meyer | 3:38 PM


quinta-feira, janeiro 09, 2003  

Sem dúvida, um dos melhores sites de animação flash/3d que já vi. Vale MUUUIITTOOO conferir:

WHOS WE

obs:. teste cada "mouse over"..

Pedro Meyer | 7:56 PM


quarta-feira, janeiro 08, 2003  



A casa está tão umida, mas tão umida, tão úmida, tão, que podemos testemunhar um cogumelo brotando discretamente sob o batedor da porta do lavabo. Algumas poucas horas depois a chapeleta abriu. Mais tarde morreu. Outro já está nascendo.
A idéia para a parede da sala que perde a pele e cospe água pelas tomadas é substituí-la por lâminas de vidro. Assim a água que escorre pela fundação do prédio presenteia-nos com um efeitinho art déco no ambiente.

Pedro Meyer | 4:47 PM


terça-feira, janeiro 07, 2003  

Redford e Hoffman e Watergate é muito bom. Muito bom. Ladrões de Bicicleta em DVD deve ser também - imagem, imagem e som.

Pedro Meyer | 4:00 AM
 

O computador morreu ontem. Um HD reserva, uma seleção de arquivos mais importantes, uma formatação. Reinstalei e reinstalarei alguns programas, outros ficaram e ficarão pra trás. Pronto, vivo de novo. O que não estava funcionando, como o drive de DVD, Thumbnails, entre outros agora funcionam provavelmente por não muito tempo ( considera-se também a possibilidade de alternância). Programas como o Roxio GoBack permitem o computador viajar no tempo fazendo uso de checkpoints devidamente estabelecidos, como em um joguinho de videogame. Claro que não estava instalado. Claro. Agora está.


Pedro Meyer | 4:00 AM
 

Tenho alguns casos sobre a viagem, sobre os meus vacilos perante a formalidade dos ambientes da capital nos quais me hospedei e/ou frequentei, sobre figuras, personagens, enfim...tudo muito curioso, no mínimo. Mas não os postarei. É uma decisão,sim, com fundamentos não merecedores de citação. Força maior !?

Pedro Meyer | 3:59 AM


segunda-feira, janeiro 06, 2003  

Tá, o desenvolvimento, a tecnologia, etc e tal. O Homem conseguiu construir. Adventos e tudo mais. Impressionante é, pois, a facilidade com que TUDO estraga. A luz interna do carro, o volume do som, a borrachinha do limpador, o alarme, o computador ( o computador, o computador e o computador), as paredes do apartamento, o tênis, o som, a televisão, o dvd, o video, a camera fotográfica, o telefone fixo, o celular, o cartão do banco, etc etc etc...

Alguns apresentam soluções fáceis, outros não tão fáceis, outros doluções grotescamente complicadas e também os que não tem solução e portanto não são problemas. Gasta-se dinheiro, paciência, tempo, e muitos cigarros e muitas outras coisas.

Pedro Meyer | 3:59 PM


sexta-feira, janeiro 03, 2003  

back home...

Sony Ericsson colorido, Mulholland Drive, O Grande Ditador (versão nova) e Gosford Park em DVD reg. 2 (não funciona, claro). Bing Crosby, Diana Krall, Coste 5. Pizza reis e paciência, muita paciência.

Pedro Meyer | 2:50 PM
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